Hoje, ela disse-lhe que partia, em breve.
Apesar de não ser a primeira vez que anunciava tal acontecimento,
tocou no fundo, pior que qualquer outra dor...
Ela notara, ou talvez estivesse, apenas, a brincar...
“Pelo menos estamos bem! “ – reconfortou. Mas soou pior...
Apesar de tudo, do que vivemos juntos e do sonho que vai ficando perdido,
sente um vazio de algo que não lhe pertence...
Mas mesmo assim que lhe faz falta.
Vai doendo, e com o consumar da madrugada, prolonga-se...
Havia-lhe dito, como que adivinhando o que viria a sentir: “ Virei cá algumasvezes...”
Não tinha reparado mas só a última semana tinha sido verdadeira para ele...
Parece que com a partida eminente tudo deixou de ter sentido, um propósito...
Fora tudo tão intenso, tão voraz...
Só nos últimos tempos ele parara e pensara nos erros, na história...
De nada vale... Só saudade do que ainda é presente...
Saudades d’ ela que como veio se vai, feita estrela cadente...
Não grita, não exterioriza, remoi apenas e escreve, abafando a mágoa....
Pode ser sono, pode ser imaginação, pode ser verdade que tenta rejeitar...
Não quer ficar só num mundo que ainda não é o seu...
Tudo o resto parece banal, entediante, quando lembrados os momentos que ficaram...
Um nada vazio e a companhia da noite, em breve do dia...
O sono vai pesando e os olhos fechando....
O pensamento vem e vai como oscilação da dormência...
E antes de tudo o mais que antecede o amanhã:
“ Volta breve...” – pede, silenciosamente, para si....
Ai do mar não vêm não...
Há 13 anos
2 comentários:
lindo e intenso, é como eu classifico este texto.
Jinhx Luzia
Este texto não toca, pk a nada isto se faz tocar. Mas o sentimento k se reflecte deste é intenso ou mais, para quem já o sente e para quem se verá sentir.
Obrigado.
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